Como vocês devem ter notado – eu sempre estou em constante
luta intelectual e pessoal sobre dois temas bastante polêmicos, e não, não é
sobre mamilos...
É sobre Liberdade Sexual versus Religiosidade.
Sinceramente se fosse sobre mamilos eu ficaria toda
cientifica e depois postaria nudes e saia correndo, mas não será hoje Brasil
que vocês irão ver isso aqui...
Hoje o assunto é mais complexo, tão complexo que
postei uma parte I somente com estudos e artigos científicos sobre o assunto e
atestando tudo que eu mais maquinava aqui dentro da minha cabeça. (E sim,
realmente penso que religiões cristãs (em sua maioria) e algumas outras
reprimem coisas naturais do ser humano, que usam isso para reprimir as pessoas
e consequentemente temos pessoas com pensamentos enraizados no machismo).
Mas Sarah como você pode pensar assim e ainda
frequentar a igreja que você se diz membro, sendo ela uma das mais rígidas?
Então aí é que está o ‘q’ da questão.
Eu sempre fui uma pessoa religiosa, isso foi me
ensinado desde pequena, e pra quem leu meu primeiro post do blog sabe que até
meu nascimento foi milagre divino.
Então eu sempre participei de alguma religião, na verdade até meus 16 anos (por
ai) só tive contato com as doutrinas e dogmas de religiões cristãs.
E sendo uma pessoa muito intensa, empata e sensitiva
eu me envolvo demais em tudo. Costumo dizer que sou sempre oito ou oitenta. E
que uma das minhas missões de vida é aprender a ter equilíbrio sobre essa minha
intensidade que às vezes acaba sendo uma impulsividade e já me prejudicou
demais. E ao ser condicionada a ‘ideia’ cristã de que ser alguém sexual é
pecado e impuro, desde muito cedo entrei em conflito com isso...
Primeiro, eu sempre fui uma pessoa descolada,
curiosa e estudiosa. Sempre questionei as coisas e sempre procurei respostas para
elas, sempre tive um grande sentido de justiça para os assuntos sociais e
culturais, e nessa minha liberdade e curiosidade me deparei com assuntos aos
quais constatavam muito com que me foi ensinado desde pequena.
• Big Bang versus A Criação;
• Liberdade Sexual versus Pecado;
• O que é o bem e o que é Mau?
• Feminismo;
• Ciência;
• História das Religiões;
• Religiões Orientais com visões completamente
diferentes;
• Desconstrução de paradigmas e preceitos
condicionados a mim desde cedo pela influência da religião cristã;
• Sexualidade;
• Identidade Sexual e Gênero;
• Fetiches e outros mundos meios de viver a
sexualidade;
• Livros Hot que tratavam a sexualidade com
naturalidade;
• Pessoas com pensamentos diferentes e formas de
vida diferentes;
• E muito mais;
Essas coisas me abriram a visão: identifiquei-me uma
pessoa muito apegada à história, sexualidade, bissexual, não binário no âmbito
gênero fluído e ai começou minha jornada... Porque se identificar e assumir não
significa que automaticamente desconstruí todos aqueles dogmas e ensinamentos
que me foram impostos desde o nascimento pela influencia da religião cristã e
aí que realmente começou o grande ping poing da minha vida...
Abandonei a
religião cristã, busquei outros caminhos, outras religiões com outros
pensamentos e amei isso, mas sempre dentro de mim lá no fundo aquela vozinha
que me foi ensinado que era “o espirito
santo” sempre falava dentro de mim que eu estava errada, que estava nos
lugares errados, fazendo coisas ruins, me contaminando, que eu não era aquilo,
que aquilo não era ‘certo’. E às vezes ela gritava tão alto que eu acreditava e
largava o que eu sou - que havia me identificado e voltava pra igreja cristã me
reprimindo novamente.
E minha vida girava e girava em torno disso.
Até mês passado eu estava “de volta A Verdadeira e
Única Religião” sendo que dentro de mim eu ainda acreditava um pouco nas outras
religiões as quais eu tive contato (tanto porque tive experiências surreais e
espirituais em cada uma delas). Mas me condicionei novamente. Reprimi tudo de
novo.
Mas felizmente com esse isolamento social mundial
tive muito tempo pra refletir, (dois meses já) e me reconectar com essa parte
essencial de mim, orei pedindo equilíbrio, voltei a conversar com algumas
amigas que tinha cortado o contato, meditei bastante nos meus princípios –
esses agora baseados nas coisas que me identifiquei e assumi tardiamente e decidi
que...
Cansei desse armário religioso que me encontro.
Cansei de ficar querendo forçar ser algo que eu não
sou.
Que vou tentar manter o equilíbrio das coisas. Tem
tantas pessoas que vivem vidas abertamente sexuais e que tem uma fé forte, que
não se rotulam de uma coisa ou outra. Que não se abalam para o julgamento e
criticas dos outros.
Por que não eu?
E cheguei à conclusão que não nasci para fazer parte
de “uma só religião”. Mas nasci para fazer parte do todo! Nasci para fazer o
bem sem olhar a quem e que desde quando não prejudico ninguém, posso fazer tudo
o que eu quiser.
Sei que todo dia será uma desconstrução a mais desse
condicionamento, mas oro ao cosmos que me auxilie sempre nesse caminho de equilíbrio
que quero trilhar e que eu possa florescer uma linda e bela unicórnea
orgulhosa!
Ass.: Sarah Stefane Silva
O importante é ser feliz!!
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