• Feminismo é um conjunto de movimentos políticos, sociais, ideologias e filosofias que têm como objetivo comum: direitos equânimes e uma vivência humana por meio do empoderamento feminino e da libertação de padrões patriarcais, baseados em normas de gênero. (Wikipedia)
***
• Identidade sexual é como alguém classifica a sua orientação sexual. Identidade sexual e comportamento sexual estão intimamente relacionados à orientação sexual e orientação sexual referente às atrações, sejam sexuais ou românticas por certo(s) sexo(s) ou gênero(s). (Wikipedia)
***
• Liberdade (Latim: Libertas) é, em geral, a condição daquele que é livre; capacidade de agir de si mesmo; autodeterminação; independência; autonomia. Pode ser compreendida sob uma perspectiva que denota a ausência de submissão e de servidão, mas também pode se relacionar com a questão filosófica do livre arbítrio. Se opõe à concepção de mundo determinista. (Wikipedia)
***
• A religião tem para os seres humanos uma importância
significativa. Seja qual for à crença, não podemos ignorar que ela tem exercido
forte influência sobre o comportamento e conseqüentemente, sobre a sexualidade
humana. É de grande utilidade ter noções sobre a sexualidade na visão da
religião numa perspectiva histórica, de forma a facilitar o conhecimento em
relação a seus valores, problemas, medos, conflitos, entre outros. De formas
diferentes, mas sempre se apresentando como um foco de intensa
elaboração, a sexualidade desperta interesse às religiões e é
um ponto importante de preocupações éticas discutidas pelos teólogos. Além
disso, a religião tem sido no decorrer da história, um fator determinante sobre
a sexualidade humana, ora impondo regras rígidas, em outros momentos procurando
orientar o ser humano nessa dimensão tão importante da vida. [...]
A religião em relação à sexualidade tem sido
um instrumento ideológico e político-social, de forma que tem orientado os
indivíduos para uma moral, na maioria das vezes, negando sua sexualidade. A
maior exceção vem dos orientais que se pautaram pelas orientações religiosas do
Taoismo, Budismo e Confucionismo que têm uma relação no se refere à sexualidade
sem a força repressora como as Igrejas cristãs, desta forma a sociedade
oriental sempre foi muito mais livre e natural que a ocidental. As religiões e
filosofias orientais baseiam-se sempre no equilíbrio e complementaridade entre
princípios opostos, simbolizados principalmente pelo "feminino" (yin)
e "masculino" (yang). [...]
A filosofia estoica que influenciou bastante
o cristianismo, e que representa a fase de decadência da filosofia antiga,
trabalha com a ideia de controlar racionalmente o comportamento emocional. Que
a qualidade do sábio é a indiferença, e a finalidade de sua existência é a
apatia, que nasce da supressão do desejo. O sábio estoico, nas suas relações
sexuais, deve despir-se de qualquer emoção, porque se trata de um ato físico e
instintivo assim entendido racionalmente. O próprio casamento passa a ser
questionado ao colocar-se a questão do prazer carnal no ato conjugal. Uma das
mais fortes conseqüências disto foi à valorização do celibato. [...]
(Artigo
Cientifico por José Amilton da Silva Professor PDE do Paraná. Graduado em
Filosofia pela Unioeste – Toledo Pr. Pós-graduado em História do Brasil
(Unioeste) e Pedagogia para o Ensino Religioso (PUC-Pr) - Para ler o
artigo completo deixe seu e-mail nos comentários que envio pra você).
***
• Por que será que o poder religioso e o poder
político temem tanto o exercício livre da sexualidade? De acordo com antropólogos e psicólogos se
deve ao fato de que ninguém é mais difícil de dominar pelo poder do que uma
mulher e um homem felizes. E é a sexualidade, exercida sem tabus e medo, uma
das maiores fontes de felicidade.
Enquanto
os deuses antigos do paganismo eram mais liberais com sexo, a partir da chegada
do monoteísmo e concretamente do cristianismo influenciado por Paulo de Tarso,
o exercício da sexualidade com sua força de libertação, começou a ser
considerada como pecado e a mulher como a tentação do homem. Para isso foi
retomado o mito de Eva, que tentou o homem fazendo-o desobedecer a Deus.
Desde então,
as igrejas cristãs relegaram a mulher como perigosa ao homem e foi
até afastada dos mistérios do culto dos quais os homens se apossaram. Elas
foram relegadas da hierarquia da Igreja. E na vida, como sentenciou São Paulo,
“submetida em tudo ao homem”, até no exercício da sexualidade.
Todos os poderes, do religioso
ao político, à medida em que se tornavam mais autoritários e ditatoriais, foram
alérgicos a uma sexualidade vivida em liberdade. No mundo político essa
tentação de controlar a sexualidade das pessoas foi um pecado que
tentou a direita e a esquerda, assim como o preconceito para que a mulher
chegasse ao poder.Os maiores tiranos da história tiveram medo do sexo e o
ridicularizaram, talvez para exorcizá-lo. Lembro quando o general e
ditador Franco decidiu que as mulheres não
podiam ir à praia de biquíni, já que isso atentava contra a moralidade.
Imediatamente surgiram as piadas e ironias. Um guarda civil se aproximou de uma
jovem estrangeira que tomava sol em uma praia e lhe disse: “Senhorita, você não
pode ficar aqui com um maiô de duas peças”. E a jovem lhe respondeu com humor:
“Então, seu guarda, me diga se prefere que eu tire a parte de cima ou a de
baixo”.
A Igreja
também sempre teve medo da mulher, a eterna tentadora, e de seus seios. Lembro
que em uma viagem do papa Paulo VI a Uganda, na África negra, ao aterrissar o
avião o religioso era esperado por um grupo de jovens mulheres para fazer uma dança
ritual em sua homenagem. Na África as mulheres costumam andar com os seios
descobertos com toda a naturalidade, mas os organizadores da viagem papal
pensaram que não era de bom tom aquelas jovens se apresentarem ao Papa com os
seios descobertos e as obrigaram a colocar um sutiã. Quando os fotógrafos se
aproximavam elas cobriam com as mãos, envergonhadas, não os seios e sim os
sutiãs.
Esse
problema não resolvido do poder com o sexo se deve a que não existe nada mais
machista do que ele. E essa é uma das grandes batalhas da libertação da mulher
realizada nesse momento no mundo. A mulher sabe que só adquirirá o papel que
lhe pertence na sociedade da mesma forma que o homem quando o sexo deixar de
ser um tabu e ela deixar de ser vista como objeto de tentação e pecado. Nada dá
mais medo hoje aos poderes políticos e religiosos do que esse movimento de
libertação dos gêneros. Que a sexualidade é livre como o ar e o sol e ninguém,
nem o poder religioso e o civil têm direitos sobre tal liberdade. Os tabus sobre
o sexo foram e continuam sendo criados pelo poder masculino para submeter a
mulher e os que ousarem fazer uso da liberdade de gênero no exercício da
sexualidade.
Exigir no
século XXI que as jovens brasileiras abracem a castidade por medo de ficar
grávidas antes do tempo é ignorar que a fisiologia e a natureza fizeram com que
a mulher muito jovem já possa procriar para assegurar-se o direito à prole e
que hoje, no pior dos casos, existem substitutivos à castidade para evitar
gravidezes não desejadas.
Um teólogo
da libertação colombiano me disse uma vez que é curioso que a Igreja tenha
criado o dogma da Imaculada Conceição para exaltar a castidade já que, dessa
forma, a virgem Maria pôde ficar grávida e ter Jesus por obra e graça do
Espírito Santo sem precisar fazer sexo. E me dizia: “Não há maior desprezo pelo
exercício da sexualidade, uma das forças motoras da Humanidade sem a qual
nenhum de nós existiria começando pelos Papas”.
Esse medo
ancestral das igrejas à sexualidade também explica o sacerdócio celibatário
obrigatório e as pressões contra o Papa Francisco, o menos machista dos Papas
da idade moderna, que não só começou a abrir no Sínodo sobre a Amazônia a
possibilidade de padres casados, como chegou a dizer que a Igreja precisava com
urgência de uma “nova teologia da mulher”, que seria o último grande tabu da
Igreja, como o é seu afastamento da hierarquia.
A guerra
contra Francisco já está aberta. Das insinuações a que talvez esteja com câncer
de cérebro a que traiu o papado por não querer se chamar Papa. Como os
primeiros cristãos, de fato, preferiu desde o primeiro dia se chamar
simplesmente “bispo de Roma” e até renunciou aos palácios vaticanos para morar
no quarto de uma simples pensão para padres. Francisco é o primeiro Papa que
não só não vê a mulher como inimiga e tentadora e o sexo como pecado, como
acredita serem imprescindíveis para que a Igreja não fique fora da História.
Pode
existir heresia maior? (Blog do Jornal El País por Juan Arias)